domingo, 4 de novembro de 2007

iptv x webtv x tv por assinatura --Carolina Catão

Alguns elementos diferenciam o que se convencionou chamar de IPTV dos serviços de streaming na web.

O primeiro deles é a forma como o conteúdo chega ao usuário. No IPTV, o usuário recebe o conteúdo no aparelho de TV, por meio de um conversor, da mesma forma que receberia o sinal em um serviço por assinatura convencional, via cabo ou satélite - e não pelo computador.

Outra diferença fundamental é a garantia de qualidade. Os prestadores de serviços de IPTV oferecem transmissão sem interrupção e com imagem de qualidade igual ou melhor à que chega na sua TV pela transmissão paga -, ao contrário dos vídeos na internet, que, muitas vezes trazem imagens em baixa resolução, pixelizadas (cheias de quadradinhos) e interrompidas por falhas na transmissão ou banda insuficiente.

Graças a esse conjunto de características, o IPTV se torna um produto natural - embora não exclusivo - para as operadoras de telecomunicações, que possuem a infra-estrutura necessária a sua oferta - as redes de banda larga, que chegam à casa dos usuários.
Este tipo de oferta já posicionou operadoras de telecomunicações de todo mundo como players na disputa pelo mercado de TV paga. Além da penetração garantida pela ampla infra-estrutura das redes das teles, o modelo oferece outras vantagens, como a oferta de conteúdos sob demanda que vão além das restrições de horários do pay per view, oferecendo uma TV genuinamente personalizável, e a interatividade, garantida pelos canais de comunicação direta com a operadora.

O interesse das operadoras no broadcasting é justificável: estudos revelam que vídeo sob demanda - mesmo nos países onde o mercado é mais maduro - é um dos itens menos importantes para os potenciais clientes de IPTV. Segundo um estudo do Jupiter Research, feito em 2006, apenas 3% dos usuários ouvidos se interessavam por video on demand.

Com a oferta de pacotes convergentes - TV, internet e telefonia - que utilizam a mesma infra-estrutura, as operadoras teriam condições de competir agressivamente em preços, além de oferecer vantagens em cobertura. No entanto, os provedores alegam que a entrada “prematura” das teles no mercado poderá ser prejudicial ao próprio consumidor.
Para o analista, está pode ser uma das razões pelas quais o governo não está se movimentando para avançar na criação e na aprovação de leis que permitam às operadoras atuar na oferta de TV paga. “A banda larga ainda cumpre um papel social mais importante que a TV por assinatura”, conclui o analista.

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